Como costumo dizer: “hipocrisia é uma
arte, e que não precisa de cursinho, você aprende com a vida”. Vendo muito
exemplos de pessoas assim, logo, a tendência, é que você absorva tais costumes,
a ponto de começar a praticar e desenvolver esse “dom demoníaco”.
O site www.significados.com.br, vai trazer a seguinte definição para
hipocrisia: “Hipocrisia significa fingimento, falsidade; fingir sentimentos, crenças, virtudes,
que na realidade não possui. Hipocrisia deriva do latim e do grego e
significava a representação no teatro, dos atores que usavam máscaras, de
acordo com o papel que representavam em uma peça.”
O hipócrita é alguém que oculta a realidade através de
uma máscara de aparência. Mais tarde, esse conceito, passou a designar as
pessoas que representam, e que fingem comportamentos. A hipocrisia também é
usada num duplo sentido. Quando alguém acredita que cabe um grupo de normas
morais a um grupo, e para outro grupo, caberiam outras normas morais. Um
hipócrita, muitas vezes, finge possuir boas qualidades para ocultar os seus
defeitos, e por isso, é também conhecido como uma pessoa dissimulada.
A hipocrisia, com sua origem no teatro grego, é designada
para alguém que se apresentava como sendo o que não era. O fato que me deixa
perplexo, é ver Jesus Cristo usando a palavra tão brilhantemente dentro do seu
contexto, como no seu famoso sermão dos “Aís”. Ele vai proferir mais de cinco
vezes, como podemos ver no pequeno exemplo de Mateus 23:13: "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus,
hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não
entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo.”
Ao ler Mateus 23, lembro-me do meu
primeiro discipulado junto ao meu mestre Rafael, a quem tenho até hoje como pai
na fé. Este, ao ler os textos com grande temor, recomendou-me que eu lesse em
casa e tentasse me colocar no lugar de Jesus, em tudo o qual Ele combatia. Até
hoje esse texto tem um peso em minha vida. Ver essa ressignificação, feita de
Jesus aos Fariseus, é brilhante para seu tempo. Vemos os escritos do livro de
Mateus, em grego, que Cristo realmente referia-se a esse papel, da pessoa que
representa algo do qual ela não era. Isto quer dizer que, esse tempo não foi
simplesmente empregado por traduções que temos hoje na palavra hipocrisia.
Sendo assim, temos pelo menos dois pontos para destacar: olha para seu contexto,
em que os judaístas, da classe farisaica, tinham por costume usar a Halaka, que
era o livro que supostamente continha a interpretação da Torah. Outro ponto a ser pensado é o antropocentrismo.
Tratando assim, de maneira mais filosófica, os fariseus gostavam de estar em
destaque; no entanto, não colocavam Deus em evidência, e ainda impossibilitavam
aqueles que queriam se aproximar deste.
O ato de cultuar ao homem não é só
perigoso, mas ele não poderá fazer nada por você. Pense comigo: muitas vezes,
em nosso ato de representar aquilo que não somos, e transvestidos de uma
mensagem clichê ou até pior do que isto, uma mensagem muito intelectual da qual
ninguém pode entender, contrariando aquela velha ideia de C.S. Lewis: “Deus
nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”, será que realmente enganamos
a Deus?
Eu sei das minhas lutas, em não deixar
esse dom desenvolver em mim, mas graças a Deus minha segurança está em um Deus,
que luta no meu interior contra pecados, que até eu mesmo desconheço.
“Na luta contra hipocrisia quem pratica
menos é quem ganha mais.”
Escrito por: Anderson Mattos
Revisado por: Cleber Soares
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