quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Hipocrisia como arte

Como costumo dizer: “hipocrisia é uma arte, e que não precisa de cursinho, você aprende com a vida”. Vendo muito exemplos de pessoas assim, logo, a tendência, é que você absorva tais costumes, a ponto de começar a praticar e desenvolver esse “dom demoníaco”.

O site www.significados.com.br, vai trazer a seguinte definição para hipocrisia: “Hipocrisia significa fingimentofalsidadefingir sentimentoscrençasvirtudes, que na realidade não possui. Hipocrisia deriva do latim e do grego e significava a representação no teatro, dos atores que usavam máscaras, de acordo com o papel que representavam em uma peça.”
O hipócrita é alguém que oculta a realidade através de uma máscara de aparência. Mais tarde, esse conceito, passou a designar as pessoas que representam, e que fingem comportamentos. A hipocrisia também é usada num duplo sentido. Quando alguém acredita que cabe um grupo de normas morais a um grupo, e para outro grupo, caberiam outras normas morais. Um hipócrita, muitas vezes, finge possuir boas qualidades para ocultar os seus defeitos, e por isso, é também conhecido como uma pessoa dissimulada.
A hipocrisia, com sua origem no teatro grego, é designada para alguém que se apresentava como sendo o que não era. O fato que me deixa perplexo, é ver Jesus Cristo usando a palavra tão brilhantemente dentro do seu contexto, como no seu famoso sermão dos “Aís”. Ele vai proferir mais de cinco vezes, como podemos ver no pequeno exemplo de Mateus 23:13: "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo.”
Ao ler Mateus 23, lembro-me do meu primeiro discipulado junto ao meu mestre Rafael, a quem tenho até hoje como pai na fé. Este, ao ler os textos com grande temor, recomendou-me que eu lesse em casa e tentasse me colocar no lugar de Jesus, em tudo o qual Ele combatia. Até hoje esse texto tem um peso em minha vida. Ver essa ressignificação, feita de Jesus aos Fariseus, é brilhante para seu tempo. Vemos os escritos do livro de Mateus, em grego, que Cristo realmente referia-se a esse papel, da pessoa que representa algo do qual ela não era. Isto quer dizer que, esse tempo não foi simplesmente empregado por traduções que temos hoje na palavra hipocrisia. Sendo assim, temos pelo menos dois pontos para destacar: olha para seu contexto, em que os judaístas, da classe farisaica, tinham por costume usar a Halaka, que era o livro que supostamente continha a interpretação da Torah.  Outro ponto a ser pensado é o antropocentrismo. Tratando assim, de maneira mais filosófica, os fariseus gostavam de estar em destaque; no entanto, não colocavam Deus em evidência, e ainda impossibilitavam aqueles que queriam se aproximar deste.

O ato de cultuar ao homem não é só perigoso, mas ele não poderá fazer nada por você. Pense comigo: muitas vezes, em nosso ato de representar aquilo que não somos, e transvestidos de uma mensagem clichê ou até pior do que isto, uma mensagem muito intelectual da qual ninguém pode entender, contrariando aquela velha ideia de C.S. Lewis: “Deus nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”, será que realmente enganamos a Deus?

Eu sei das minhas lutas, em não deixar esse dom desenvolver em mim, mas graças a Deus minha segurança está em um Deus, que luta no meu interior contra pecados, que até eu mesmo desconheço.

“Na luta contra hipocrisia quem pratica menos é quem ganha mais.”

Escrito por: Anderson Mattos


Revisado por: Cleber Soares

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