A unidade me traz dezenas de experiências boas, e centenas
ruins. O seu problema principal como necessidade, pois anseia saciar as
demandas fisiológicas e psicológicas, da qual o ser humano tem de se unir para
diversos fins. Comunhão carrega consigo o alvo de alcançar um objetivo em
comum, e em minhas reflexões o texto bíblico que será apresentado, certa vez
apresentada pelo Pastor Rivelino Aquino, de forma que nunca havia percebido
antes.
“... os chefes dos sacerdotes e os
mestres da lei estavam ali, acusando-o com veemência.
Então Herodes e os seus soldados
ridicularizaram-no e zombaram dele. Vestindo-o com um manto esplêndido,
mandaram-no de volta a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que até ali eram
inimigos, naquele dia tornaram-se amigos.
Pilatos reuniu os chefes dos
sacerdotes, as autoridades e o povo...”
(Lucas 23 – 10:13)
Obs: O foco do texto é trabalhar a então união momentânea de
Pilatos e Herodes, e o antagonismo que a comunhão tem para bem ou sendo para o
mal, não vou ter tempo para contextualizar o texto em seu original, mas não
vejo problema de fazermos isso nos comentários de maneira respeitosa e educada.
Ao ler o versículo da união de Pilatos e Herodes, me parece
cena de filme ou novela, se bem que a frieza é tamanha, que filme algum de
Jesus talvez tenha essa cena de tão terrível que ela é só de imaginar. Relendo
esse texto duas coisas ficam clara, a primeira é que políticas, personalidades,
pensamentos filosóficos, ideias econômicas e todos os tipos de diferenças
possíveis, podem se unir para um único objetivo seja ele com as melhoras das
intenções cercados de convicções e virtudes, mas também, pessoas ou grupos
podem se unir mesmo dominados por piores dos sentimentos, ideias, filosofias
para perpetuar o mal. Uma rápida contextualização do motivo da união desses
dois grupos, primeiramente precisamos entender por que eram inimigos, e isso é
um pouco complexo. No ano 30 A.C.
Período que aproximadamente remonta o cenário, do que hoje conhecemos
como Israel e Palestina, existiam alguns grupos judeus e com pensamentos
teológicos diferentes, alguns historiadores gostam de denominar o momento
desses grupos como “judaísmos”, abaixo segue os nomes e alguns detalhes
importantes:
Fariseus - Grupo mais popular de sua época, com costume de
usar mais a HALAKA do que os escritos que temos hoje como A.T.
Saduceus – Considerado a burguesia de sua época, são famosos
por não acreditar na ressurreição.
Publicanos – Considerado os que estavam de acordo com
império romano, e recolhiam o tributo de seu próprio povo.
Herodianos – Seguidores do rei Herodes, não tinha muita
credibilidade do povo pelo fato de exerce certo domínio junto com Roma e pelo
fato de não ser “100% judeu”, tanto que um dos feitos, do antecessor de Herodes
o grande é restruturação do templo.
*Ainda existem outros grupos como Essênios, samaritanos,
zelotes etc.
Somente para não perdemos a mesma linha de raciocínio,
Pilatos era representante de Roma naquela região, e estava responsável por toda
questões tributaria/econômica e ação militar, enquanto Herodes designado pelo
próprio império, que permitia que os povos subjugados professassem sua fé, Roma
escolherá Herodes para ficar responsável pela questão religiosas e da lei de
Moisés. E por este que fato que quanto os fariseus leva Jesus a Pilatos, eles
não levam Jesus, diante do mesmo motivo que entre eles haveria condenado, que
seria de ter se proclamado filho de Deus, eles levam sob acusação de que Jesus
não consentia com pagamento de tributo a Roma. Porém como lemos no texto, o
próprio Pilatos já havia entendido a situação e após um breve debate encaminha
Jesus a Herodes, que seria o ideal. Explicando agora o motivo da amizade em
torno do “bem em comum”, é que Pilatos não demostrará atrito nessa questão com
Herodes, muito antes pelo contrário, reconheceu o que era devido segundo a sua
jurisdição. Como já sabemos o final dessa história, não tem necessidade de
continuidade, mas a história mostra por si mesmo, que aonde sempre houve atrito
por questões políticas, também mostra que a mesma política os unirá.
O segundo ponto que
inquieta, é o quão falho o ser humano é, por tentar forma tão falha se
aproximar de seu próximo sem o verdadeiro sentimento que os manterá unidos. Com
a experiência de igreja, lendo sobre Jesus, filosofias e ideologias não podem
unir o homem para ser instrumentos da poderosa mão de Deus, por que todo ato
que envolve o homem enquanto estiver intrinsecamente ligado a pessoa de Jesus
Cristo, está dominado por pecado, por qualquer boa ação de seja, a morte de
Cristo nos une e nos veste do manto de sua justiça, continuamos pecadores, mas
justificados pela graça do seu amor.
Eu vejo em gênesis 11, homens se unindo
para alcançar a Deus, e o seu fim trágico e chego a pensar sarcástico da parte
de Deus, em mostrar que simplesmente mexendo em seus idiomas pode afetar algo
que pensavam ser grande, entretanto, eu vejo Deus alcançando homens e vejo ele
unificando em língua, essa que entendo que seja o amor, o vínculo da perfeição,
e vejo a sua igreja a mais de dois mil anos se mantendo de pé. Tente sempre se
lembrar que existem os que são unidos por fé, e os que se unem por má-fé.
Escrito por: Anderson Mattos
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